Vivemos tempos intensos... tempos de euforia... de novas, duplas, simuladas, biossintetizadas vidas... vivemos uma explosão da comunicação... vivemos a era e a cratera das mensagens... o espetáculo do espetáculo... do entretenimento como linguagem... das gramáticas multisensoriais... vivemos a morte calculada nos games... lutamos com monstros, salvamos princesas, tomamos drogas digitais e compramos pênis com linden dollars... ouvimos música com a bunda... fazemos o nosso filme sem idéia na cabeça e com muitas câmeras nas mãos... sampleamos os sons do timus dos nossos ouvidos escabaçados por som e fúria, e scanneamos as moscas volantes que os nossos olhos enxergam permanentemente, vindas do fundo cintilante das telas opacas e líquidas que nunca mais desligaremos... buscamos o lixo digital como o novo playground... inaugurando uma nova ética que tem como princípio não fechar os olhos para os próprios dejetos. ao contrário, lidamos com o lixo, felizes como pinto... com alguma responsabilidade e muita energia... em uma nova estética que não olha nem para cima nem para baixo... tudo é superfície... refundamos a aldeia como uma all teia... global... o globo se implodiu antes de explodir com o seu próprio aquecimento... é hora de lidar com todas as extensões de nós mesmos, inclusive aquelas que nos estendem na forma de dejetos... porque excrementos também identificam a espécie... é chegada a hora de varrer o lixo que empurramos para debaixo do tapete da web... gerar, a partir dele, novos neuro-bio-combustíveis... modernizando os sentidos continuamente... tornando-os, finalmente, contemporâneos de si mesmos... Digital Trash Culture.

ElectroWoodPecker

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Extraído da minha primeira Vídeoarte



Esse trabalho fez parte da minha monografia de fim de curso. O mote foi um texto do Artaud (Para acabar com julgamento de deus) e a idéia era a seguinte: estabelecer um dispositivo para estudar a ressignificação de imagens pelo uso da malha sonora. O som como ancora barthesiana (no sentido do uso de legendas e subtítulos a fotografias publicadas). Eu e mais três colegas fizemos as imagens na minha casa, usando brinquedos baratos e líquidos com bolhas. As narrações foram tomadas por afetividade ao texto e ao idioma (consegui cópias do texto além do português em espanhol, francês e inglês). Depois montei as imagens e fiz tres desenhos de som distintos para a coleção de imagens. O trabalhinho rendeu e espero continuar nesse tema ano que vem.

A videoarte em si já entrou numa mostra e isso deu uma animada para distribuí-la melhor. Quem quiser e puder contribuir com idéias para trabalho com som em vídeoarte estou por aí!

Valeu.

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