Vivemos tempos intensos... tempos de euforia... de novas, duplas, simuladas, biossintetizadas vidas... vivemos uma explosão da comunicação... vivemos a era e a cratera das mensagens... o espetáculo do espetáculo... do entretenimento como linguagem... das gramáticas multisensoriais... vivemos a morte calculada nos games... lutamos com monstros, salvamos princesas, tomamos drogas digitais e compramos pênis com linden dollars... ouvimos música com a bunda... fazemos o nosso filme sem idéia na cabeça e com muitas câmeras nas mãos... sampleamos os sons do timus dos nossos ouvidos escabaçados por som e fúria, e scanneamos as moscas volantes que os nossos olhos enxergam permanentemente, vindas do fundo cintilante das telas opacas e líquidas que nunca mais desligaremos... buscamos o lixo digital como o novo playground... inaugurando uma nova ética que tem como princípio não fechar os olhos para os próprios dejetos. ao contrário, lidamos com o lixo, felizes como pinto... com alguma responsabilidade e muita energia... em uma nova estética que não olha nem para cima nem para baixo... tudo é superfície... refundamos a aldeia como uma all teia... global... o globo se implodiu antes de explodir com o seu próprio aquecimento... é hora de lidar com todas as extensões de nós mesmos, inclusive aquelas que nos estendem na forma de dejetos... porque excrementos também identificam a espécie... é chegada a hora de varrer o lixo que empurramos para debaixo do tapete da web... gerar, a partir dele, novos neuro-bio-combustíveis... modernizando os sentidos continuamente... tornando-os, finalmente, contemporâneos de si mesmos... Digital Trash Culture.

ElectroWoodPecker

domingo, 29 de abril de 2007

Drogas Digitais

Timothy Leary(22/10/1920 – 31/05/1996) - conhecido como o cientista/professor que foi expulso da academia e do seu próprio país(EUA) ao querer expandir a consciência produzindo, ingerindo e incentivando o consumo de LSD - ao final da sua vida abandona toda a crença de que as drogas sintéticas serviriam para o fim sonhado. No vídeo que grava no momento em que está morrendo anuncia a Internet como a nova droga expansora da mente. Hoje Leary teria como conciliar os dois modos preconizados para alterar e expandir a mente . É isso que promete o site www.i-doser.com com doses de simuladores de drogas como o peyote, a marijuana, a cocaina e o ópium a apenas um click. A idéia é simular os efeitos das drogas por meio de sons capazes de alterar as ondas do cérebro. O curioso é que os tais sons se apresentam como musiquinhas familiares ao universo de música eletrônica contemporânea. O que permitiria que uma festinha qualquer "distribuisse" a droga através do DJ. Questões jurídicas a respeito ainda são difíceis de serem respondidas. É lícito? Quem vende o som/droga deve ser visto como contraventor e criminoso?... Neste caso, mais uma vez e, talvez, mais do que nunca, o velho McLuhan estava certo: o meio é a mensagem.( Sobre Leary em um experimento para alteração e expansão da mente ver: http://http://www.youtube.com/watch?v=SQq_XmhBTgg )