Vivemos tempos intensos... tempos de euforia... de novas, duplas, simuladas, biossintetizadas vidas... vivemos uma explosão da comunicação... vivemos a era e a cratera das mensagens... o espetáculo do espetáculo... do entretenimento como linguagem... das gramáticas multisensoriais... vivemos a morte calculada nos games... lutamos com monstros, salvamos princesas, tomamos drogas digitais e compramos pênis com linden dollars... ouvimos música com a bunda... fazemos o nosso filme sem idéia na cabeça e com muitas câmeras nas mãos... sampleamos os sons do timus dos nossos ouvidos escabaçados por som e fúria, e scanneamos as moscas volantes que os nossos olhos enxergam permanentemente, vindas do fundo cintilante das telas opacas e líquidas que nunca mais desligaremos... buscamos o lixo digital como o novo playground... inaugurando uma nova ética que tem como princípio não fechar os olhos para os próprios dejetos. ao contrário, lidamos com o lixo, felizes como pinto... com alguma responsabilidade e muita energia... em uma nova estética que não olha nem para cima nem para baixo... tudo é superfície... refundamos a aldeia como uma all teia... global... o globo se implodiu antes de explodir com o seu próprio aquecimento... é hora de lidar com todas as extensões de nós mesmos, inclusive aquelas que nos estendem na forma de dejetos... porque excrementos também identificam a espécie... é chegada a hora de varrer o lixo que empurramos para debaixo do tapete da web... gerar, a partir dele, novos neuro-bio-combustíveis... modernizando os sentidos continuamente... tornando-os, finalmente, contemporâneos de si mesmos... Digital Trash Culture.

ElectroWoodPecker

domingo, 3 de junho de 2007

Fim de uma etapa, hora de agradecer....

Bem acabei de fechar meu Trabalho de Conclusão de Curso sobre som digital e suas possíveis aplicações em ressignificações e quetais.
Cheguei até esta página exatamente por conta dele. Já que desde o ano passado eu queria fazer um trabalhinho de fim de curso que fosse além das análises de filme tradicionais, sempre quis algo que fosse dinâmico, que usasse as mídias da contemporaneidade: streaming e blog!

Desde o início do curso cinema eu sabia que película é o Santo Graal de quem está chegando no mercado. Quero estar preparado para ela, mas num vou esperar ela aparecer. Quero produzir com o q tiver, ja fiz filmes com Hi8, HDV e até um com película 35mm de um minuto, mas confesso que me amarro em MiniDV. Minha musa é uma Panasonic DVX100. Eu tenho uma honestíssima PVGS 150.

Quando fiz o curso de Som e descobri as idéias de Noel Burch sobre som e me embrenhei em Chion e no livro do Sonnenshein vi qto poderia dar caldo esta história.

Pois a colagem que eu vejo a rapaziada fazer em imagem eu quero fazer em som. Misturar Sonic Youth com Elson Forrogode, cometer toda sorte de dessacralização possível em meus trabalhos experimentais. Trabalhar com curvas bizarras nas FFT da vida.

Além disso, acho q o som no vídeo de internet tem uma característica teórica bastante interessante, diferentemente da chegada do sonoro nos anos 30 ele não é um atraso tecnológico, ele é tão leve qto o aparelho de captura de imagem (tem de celular a HDV por aí....de 300,00 a 20.000 reais de custo). tem uma puta qualidade e portabilidade. Mas tem uma coisa que eu acho ruim e as pessoas meio que adotaram sem sentir, que é o sync.

A imagem e o som saem syncados e isso é ad hoc tratado como normal. Daí eu penso que tem uma galera perdendo a chance de fazer muita coisa maneira se passar a tratar o som como trata a imagem e ir além, esquecer essa sincronização da máquina.

Hj em dia eu to trabalhando com um minigravador digital pra catar ambiencias e sons por aí, infelizmente o danadinho não tem time code (Microtrack 2496 da M-Audio). Até o fim do ano eu quero descolar um outro que grave em CF mas que tenha BWAV, da Marantz ou da Tascam. Contudo, mesmo com esta tranqueirinha eu ja fiz umas experiencias em gravar som e imagem separados completamente, inclusive no suporte.

Enfim esse é o sonho do pessoal que faz som do filme, ser tratado como quem faz a imagem, eu acho grave estas falsas facilidades que parecem embutidas no digital, facilidade de editar as vezes implica em filmes que nunca acabam, numa falta de critério na solução dos problemas, pois as pessoas simplesmente confundem a tão famosa liberdade de criação com caos e falta de respeito com o outro. Levam tempos enormes editando uma imagem e na hora de fazer o som querem em dois tempos, ou ainda pior, a imagem nunca se fecha e o som trabalha em cima de reticências. As vezes dá vontade de deixar mudo!

Na captação o som quase sempre é posto de lado. As pessoas quebram a cara na hora de editar, sempre faltam ambiencias, ou pela falação no set, ou simplesmente pq não se tem 20 ou 30 segundos de espaço pro som, cortar a imagem não significa cortar pro som tbem. Basta combinar um toque no ombro do camera por exemplo. Ah sim e cuidado com o corta, as vezes depois de uma cena intimista, com ganho aberto alguém berra um corta ! absurdamente alto....para quê?

Enfim.... vou parando por aqui, senão eu vou ter de pagar análise, espero poder trocar idéias sobre experiencias em produções minhas e de outras aventuras por aí.

Quem tiver interesse específico em som de uma passadinha na minha pagina, escreva e sinta-se a vontade por lá. Um gde abraço a todos!

Ah sim....agradeço ao pessoal do Digital Trash pela acolhida e participação na valorização do meu TCC!

Muito obrigado!

2 comentários:

Vinícius Andrade Pereira disse...

Valeu, Túlio... Boa Sorte com o sue tcc... queria lhe pedir autorização para postar este no blog do grupo que coordeno na UERJ, do qual acho que já lhe falei... o VISUAUDIOLFACTÁTIL...
Grande abraço...

Tulio Bambino disse...

Tá autorizado!
Tens MSN? Caso tenha me add lá!
hound_dogsinc@hotmail.com