Vivemos tempos intensos... tempos de euforia... de novas, duplas, simuladas, biossintetizadas vidas... vivemos uma explosão da comunicação... vivemos a era e a cratera das mensagens... o espetáculo do espetáculo... do entretenimento como linguagem... das gramáticas multisensoriais... vivemos a morte calculada nos games... lutamos com monstros, salvamos princesas, tomamos drogas digitais e compramos pênis com linden dollars... ouvimos música com a bunda... fazemos o nosso filme sem idéia na cabeça e com muitas câmeras nas mãos... sampleamos os sons do timus dos nossos ouvidos escabaçados por som e fúria, e scanneamos as moscas volantes que os nossos olhos enxergam permanentemente, vindas do fundo cintilante das telas opacas e líquidas que nunca mais desligaremos... buscamos o lixo digital como o novo playground... inaugurando uma nova ética que tem como princípio não fechar os olhos para os próprios dejetos. ao contrário, lidamos com o lixo, felizes como pinto... com alguma responsabilidade e muita energia... em uma nova estética que não olha nem para cima nem para baixo... tudo é superfície... refundamos a aldeia como uma all teia... global... o globo se implodiu antes de explodir com o seu próprio aquecimento... é hora de lidar com todas as extensões de nós mesmos, inclusive aquelas que nos estendem na forma de dejetos... porque excrementos também identificam a espécie... é chegada a hora de varrer o lixo que empurramos para debaixo do tapete da web... gerar, a partir dele, novos neuro-bio-combustíveis... modernizando os sentidos continuamente... tornando-os, finalmente, contemporâneos de si mesmos... Digital Trash Culture.

ElectroWoodPecker

segunda-feira, 28 de maio de 2007

RedPain!



Aí rapaziada, mais um extra do meu doc sobre a vida bagaceira dos praticantes de BDSM no RJ.

Coloquei um monte de musica doida na banda sonora e dei um tratamento mega forte nas imagens.

Esse doc ta fazendo uma carreira maneira, lançado em novembro do Ano Passado, já foi em mostras e Festivais aqui no RJ, SP, MT e RS.

Gde abraço!

3 comentários:

ElectroWoodPecker disse...

Valeu, Bambino, mas, acho que isso tá mais para trash puro do que para digital trash... digo, o imaginário da coisa...
mas, é isso aí...
que a Força esteja contigo na sua busca...

Tulio Bambino disse...

Não basta a intermediação digital para a coisa ser DT? Então definamos o que pode e o que não pode, depois podemos colocar nossos cachecóis, gola alta, óculos de armação saliente, cara de conteúdo e narizinho empinado. Vamos ver onde isso chega...

ElectroWoodPecker disse...

Dear Bambino,

a minha intenção não é criticar o seu trabalho, mas, provocar as possíveis relações que possam existir entre ele e o universo que retratamos neste blog. De fato, não basta haver a intermediação digital para que um trabalho possa ser considerado digital trash(o portal globo tb faz coisas com a mesma intermediação...). Isso é um dos fatores, mas, não o único. Acho que o post da Simone que o Vinícius trouxe para cá ontem, ajuda a explicar isso (se tiver saco dê uma olhada). As mediações sociais e apropriações que o público faz do que é produzido na web são tb importantes para entender o fenômeno, junto com um imaginário algo anárquico e tecnológico, algo na fronteira com as mídias massivas - inclusive recuperando muitos dos mitos e icones da cultura de massa -, além de outros fatores como o tosco, o humor, a partilha do conhecimento acerca das tecnologias, a divulgação viral, espontânea etc... aliás, a idéia deste blog não é ditar o que o digital trash, mas, tentar espelhá-lo como espírito de uma época. O tal seminário que a Simone se referiu que reuniu além dela, do Vinícius e tantos outros acadêmicos e interessados no fenômeno, foi uma tentativa de apreender melhor o que se passa na cultura, mas, mesmo lá, não foi dada uma última palavra sobre a coisa... Assim, por favor, não me interprete mal... Seus trabalhos são ultra bem-vindos... Há coisas muito bacanas e antenadas com todo este universo que estamos investigando... o filme da viagem de SP, por exemplo, pelo non-sense e pela delicadeza da busca do estranhamento no banal de uma viagem monótona, é ótimo... o seu trabalho como spoof da china que se fotografou diariamente, tb é gigital trash total... por favor, não se sinta excluído com as minhas observações... longe de mim de ocupar o lugar do pseudo-intelectual que vc ironiza... até pq quando nos conhecermos vc vai ver que o meu nariz é enorme e jamais poderá ficar empinado...
super abraço


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