noise, náusea, sombras, fúria e tecnologias de baixo extrato.
Vivemos tempos intensos... tempos de euforia... de novas, duplas, simuladas, biossintetizadas vidas... vivemos uma explosão da comunicação... vivemos a era e a cratera das mensagens... o espetáculo do espetáculo... do entretenimento como linguagem... das gramáticas multisensoriais... vivemos a morte calculada nos games... lutamos com monstros, salvamos princesas, tomamos drogas digitais e compramos pênis com linden dollars... ouvimos música com a bunda... fazemos o nosso filme sem idéia na cabeça e com muitas câmeras nas mãos... sampleamos os sons do timus dos nossos ouvidos escabaçados por som e fúria, e scanneamos as moscas volantes que os nossos olhos enxergam permanentemente, vindas do fundo cintilante das telas opacas e líquidas que nunca mais desligaremos... buscamos o lixo digital como o novo playground... inaugurando uma nova ética que tem como princípio não fechar os olhos para os próprios dejetos. ao contrário, lidamos com o lixo, felizes como pinto... com alguma responsabilidade e muita energia... em uma nova estética que não olha nem para cima nem para baixo... tudo é superfície... refundamos a aldeia como uma all teia... global... o globo se implodiu antes de explodir com o seu próprio aquecimento... é hora de lidar com todas as extensões de nós mesmos, inclusive aquelas que nos estendem na forma de dejetos... porque excrementos também identificam a espécie... é chegada a hora de varrer o lixo que empurramos para debaixo do tapete da web... gerar, a partir dele, novos neuro-bio-combustíveis... modernizando os sentidos continuamente... tornando-os, finalmente, contemporâneos de si mesmos... Digital Trash Culture.
ElectroWoodPecker
terça-feira, 8 de abril de 2008
Evento no Centro
Com exposição de obras de arte e duas video artes em loop, além de performances e bebidinhas free. Acima o convite!
Então, tá... a convite de Mr EWP, convite este que muito me honra, vou cagar umas gomas sobre este universo no qual rastejamos... O universo digital, como fenômeno cultural, nasce marcado pelas apropriações midiáticas feitas por jovens ansiosos por produzirem filmes, músicas, games, blogs, fotologs etc. Influenciada inicialmente pelo imaginário sombrio da ficção científica de obras hoje já clássicas como o filme Caçador de Andróides(Blade Runner, 1982), de Ridley Scott, ou o romance Neuromancer, de William Gibson(1984), esta cultura ganha nas produções atuais traços de humor tosco e a partilha de conhecimento digital, como pontos em comum. A nova cultura digital se diferencia daquela anterior, produto direto do que foi considerado por alguns puristas de tradição frankfurtiana como o lixo da cultura de massa — criticada especialmente a partir de produtos como histórias em quadrinhos, rock’n’roll e cinema hollywoodiano — a partir da possibilidade do próprio público dominar os meios para a produção de obras que passam a dialogar diretamente com a cultura contemporânea. Este fato faz com que a produção de bens simbólicos como filmes, música, textos, animações, artes visuais, games e poéticas dentro da era digital ganhem expressões singulares e apresentem variados potenciais de entretenimento, de informação, de negócios, de ações políticas, de linguagens midiáticas etc. Toda esta cultura — que escapa dos padrões massivos sob muitos aspectos, inclusive no que diz respeito ao rigor de um padrão estético de qualidade, sendo nomeada por alguns, assim, como lixo digital (ou digital trash, como a batizam os jovens que a apreciam e participam da referida cultura) — pode ser tomada como uma fonte inesgotável de inspiração para projetos inovadores dentro do ciberespaço, bem como um novo terreno etnográfico a ser explorado em busca de uma melhor compreensão da cultura contemporânea. Sejamos todos bem-vindos!
viper
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